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.Eram aquelas as pedras siderais, que nunca pudemos contemplar da terra, cujasmagnitudes nunca pudemos conceber; a menor era a que, com luz alheia, brilhavamais longe do céu e perto da terra.Aqueles globos estrelados superavam a terraimensamente em magnitude.Nossa morada terrestre me fez sentir vergonha, porsua pequenez, do nosso império, que ocupava no espaço ilimitado um pontoapenas perceptível.X. A voz do Africano me tirou do meu êxtase, ressoando augusta:  Atéquando  disse  teu olhar na terra permanecerá absorto? Não vês essessantuários? Estão diante de ti nove globos, ou antes, nove esferas, que compõemenlaçadas o Universo, e o que ocupa um lugar excelso nas alturas, o maislongínquo, o que dirige, contém e abraça todos os outros, é o próprio Deussoberano, no qual se fixam, em seu movimento, todos os astros seguindo o seucurso sempiterno; mais abaixo, resplandecem sete estrelas impelidas num cursoretrógrado, em oposição ao movimento dos céus.Uma dessas pedras miliárias échamada Saturno na Terra; propício e saudável ao gênero humano é aquele fogoque se chama Júpiter; mais além está Marte, horrível e sangrento para a Terra;perto, no centro dessa esplendente região, ergue-se o Sol, príncipe moderador das outras luminárias, alma e princípio regulador do mundo, que com sua luz fulgentecompleta e ilustra tanta magnitude e tanta grandeza.Atrás deles, qual cortejobrilhante, seguem seu curso Vênus e Mercúrio, e, por fim, banhada pelos raiossolares, em último lugar, com majestade serena, roda a Lua.Mais abaixo, nada ésenão mortal e caduco, exceto as almas, que os homens devem à munificência dosdeuses; sobre a Lua, tudo é eterno.A Terra, por sua parte, nona esfera, colocada naregião central do mundo e do céu a mais distante, ínfima e imóvel, sente o peso detodos os astros que sobre ela gravitam.XI. Quando, por fim, sacudi o letárgico estupor que tal espetáculo meproduziu, perguntei:  Que som doce e intenso é esse que chega aos meusouvidos? É a harmonia que, a intervalos desiguais, mas sabiamente combinados,produz a impulsão e o movimento das esferas em que, misturando-se os tonsagudos com os graves, se produzem acordes e diversos conceitos; não se poderealizar em silêncio tamanho movimento, e a natureza quis que, quando as notasagudas vibram num lado, as graves ressoem em outro.Por esse motivo, o primeiromundo sideral, mais rápido na sua evolução, produz um ruído precipitado eestridente, ao passo que a Lua, com seu curso inferior, produz um som grave elento; a Terra, nono globo, fica imutável e muda no centro do Universo, na regiãomais baixa, eternamente fixa.Assim, pois, esses oito astros, dois dos quais são tãoparecidos, Vênus e Mercúrio, produzem sete sons separados por iguais intervalos, eesse número sete é quase sempre o nó de todas as coisas.Os homens inspirados,que, com instrumentos diversos ou com a voz, imitam esses cantos abrem caminhoe procuram ingresso neste sítio, do mesmo modo que os outros, que, mediante seuengenho na vida humana, cultivaram os estudos divinos.Essa harmonia, ressoandonos ouvidos dos homens, ensurdeceu-os sem que chegassem a compreendê-la, evós, por outra parte, tendes esse sentido pouco desenvolvido.Assim como o Nilo,nos lugares chamados cataratas, se precipita de montes altíssimos e ensurdece aspessoas que se encontram perto daquele lugar com o ruído estridente com que se despenha, assim também não podeis escutar a prodigiosa harmonia do Universointeiro no seu giro rápido, e não podeis contemplar o Sol de frente, sem que seuesplendor deslumbre vossa vista. Absorto com o que escutava, eu não deixava,por isso, de voltar os olhos com freqüência para a Terra, que se me apresentava aolonge como um ponto.XII. Então, disse o Africano:  Vejo que contemplas, agora, a moradado homem; se te parece pequena, como é realmente, desdenha as coisas humanas evolve teus olhos para o céu.Dize-me que fama, que celebridade, que glória entre oshomens esperas conseguir.A Terra só é habitada em alguns pontos longínquos, eesses pontos, incômodos e angustos, estão separados por imensas solidões.Ospovos não só estão separados até o extremo de não se poderem comunicar unscom os outros, como também, separados de vós e em outro hemisfério, nãopodeis, às vezes, esperar deles glória alguma.XIII. Contempla essas faixas que, como cingidouros, circundam a Terra;duas dessas faixas, diversas entre si, se apóiam em diferentes pólos do céu,achando-se cobertas pelo gelo e a neve de um inverno perpétuo e cruel; emcompensação, a que está no centro é maior e arde ao fogo do sol.Duas são asfaixas ou zonas habitáveis: a austral, cujos habitantes são, por sua posição, opostosa vós, e tão estranhos que parecem não ser de vossa raça; essa outra parte, por vóshabitada, estreita nos vértices e ampla no centro, não é mais do que uma diminutailha, rodeada pelo mar a que na terra chamais Grande Oceano Atlântico, tãopequeno como vês, apesar de tanto nome.Mas, no centro mesmo dessas terrasconhecidas e habitadas, conseguiu o teu nome ou de algum dos nossoscompatriotas transpor os cumes do Cáucaso ou as ribeiras do Ganges? Quem noextremo Oriente, ou nos confins de norte a sul do Ocidente, ouvirá pronunciar oteu nome? E, sobretudo, repara como é estreita a esfera em que vossa efêmeraglória quer dilatar-se.Mesmo os que falam de vós, falarão muito tempo?XIV. Supondo mesmo que as futuras gerações, recebendo dos seus avósa fama de cada um de nós, ponham um cuidado extraordinário em transmiti-la, as inundações e os incêndios, inevitáveis na Terra em determinadas épocas,impediriam que adquiríssemos uma glória, não já eterna, mas perecedora.Queinteresse tens, por outra parte, em seres nomeado pelos que hão de nascer depoisde tua morte, sem que tenhas sido pelos que nascerem antes, varões que não forammenos, mas decerto melhores?XV [ Pobierz caÅ‚ość w formacie PDF ]
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